terça-feira, 13 de abril de 2010

Inconformada!

          
      Ontem, como quase todos sabem, houve uma greve de ônibus na cidade do Rio de Janeiro. O pessoal já falava e postava sobre isso no twitter de madrugada, mas algumas pessoas disseram que ligaram para o Sindicato e foram informadas de que era apenas um boato. Pois bem. Saí do trabalho, rumo a minha tão sonhada cama, e com o que me deparo nas ruas? Com a tal greve de ônibus não confirmada. A empresa responsável pela linha do ônibus que pego não havia aderido completamente à greve e havia alguns ônibus circulando, embora bem menos que o normal. Esperei um bom tempo, mas consegui, enquanto outras pessoas continuaram esperando seus ônibus em outros pontos do terminal em que estava, e iam continuar porque aquelas empresas simplesmente não colocaram nenhum ônibus nas ruas. Durante o caminho, já que eu estava sentada e fisicamente confortável, fui reparando e pensando..pensando..e que desconforto! Os pontos de ônibus estavam completamente lotados. Era muita gente mesmo aqui pelo Centro, na Avenida Brasil e pela Central. Ahh, a Central! Era um mar de gente. Aliás, um dia escrevo sobre a Central do Brasil. Acho que lá tem o maior número de pessoas totalmente diferentes umas das outras circulando, por metro quadrado! 
         Bom, com o ônibus parado na Central por vários minutos, esperando um mar de gente, que normalmente não pega o meu ônibus, subir e lotá-lo totalmente, eu reparava nas pessoas. E o que me deixou mais revoltada é que elas não pareciam revoltadas! Acordaram super cedo, estavam há horas em pé, esperando por um ônibus que não sabiam se viriam, correndo o risco de não conseguirem chegar no seu destino, e ter sérios problemas por isso, e simplesmente estavam lá. Apáticas. Dentro do meu ônibus, já lotado, o assunto era o "Mengão", que tinha vencido o Vasco no dia anterior. Ahh, se o Flamengo ganhou, está tudo bem, né? Não tem problema acordar às 4h para chegar às 10h no trabalho, não tem problema ter que pegar três ônibus em vez de um para conseguir chegar, não há problema em pegar ônibus lotados e enfrentar um trânsito caótico na primeira segunda-feira depois das chuvas que fizeram, e tem feito, tanta gente sofrer. Como se já não bastasse o trânsito já confuso por conta dos transtornos das chuvas, não tem problema uma greve ilegal, não autorizada pelo Sindicato dos Rodoviários, em plena Zona Oeste, onde não tem metrô e o sistema de transportes já é super precário! Afinal, o carioca é alegre; depois que passa, fica tudo bem. 
         Sim, é ótimo ser alegre! É ótimo conseguir abstrair todos os problemas no Maracanã..aliás, é um dom! Mas tem limite, né? Chega de conformismo! Também não sou contra a greve, pois essa classe, e todas as outras, também não devem se conformar e precisam lutar pelos seus direitos. Mas, assim, está tudo errado. Todos nós precisamos aprender - e lutar para aprender - a não sermos conformados e a fazermos algo para demonstrar nossa indiginação. Mas é preciso, também, aprender a maneira certa de fazer isso, pois prejudicar milhares de pessoas está muito aquém de inconformismo.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Mais uma vez..Nardoni..

      Desde segunda feira, parece que voltamos no tempo, mais precisamente a Abril de 2008. Em todos os ótimos programas vespertinos que nos são oferecidos na tv aberta, assim como em todo o mês citado acima, só há um assunto: o caso Isabela Nardoni. E voltam todos os advogados à tv, os juízes, os psicólogos, os psicanalistas forenses, os peritos, os fatos e explicações exaustivamente discutidos dois anos atrás. Num programa recriaram o quarto do qual ela foi jogada, com a janela e a rede cortada; no outro, leram cartas de vários familiares e amigos íntimos da família, com fotos e músicas ao fundo. Gente..já deu, né? Já aguentamos mais de um mês só com esse assunto em todos os canais, agora vem tudo de novo. Lógico que se deve informar tudo o que acontece lá no julgamento, afinal, a Justiça é pública, a população tem o direito de saber o que acontece e, mais do que isso, tem sede de justiça mesmo e deseja ver o melhor desfecho possível, mas acho que isso tudo vai além da notícia e da discussão saudável sobre o caso. Pergunto-me até que ponto eu aguentaria ou permitiria tanta exploração e apelação emocional da mídia se acontecesse com alguém da minha família.

    Falando sobre o caso, acho essa estratégia que eles adotaram desde o início, de negar e afirmar veementemente que há uma "terceira pessoa" envolvida, sendo eles culpados e a condenação quase certa, totalmente suicida. Inicialmente, é normal que eles nao tenham confessado, mas depois de tanta comoção popular, de tanta interferência da mídia, que deu ao fato a enorme proporção que vemos hoje, e de tantas provas encontradas é difícil acreditar que eles continuam afirmando que não tiveram nada a ver com a morte da Isabela. Eu não entendo praticamente nada disso, mas se eles não são réus confessos, então só há dois resultados possíveis para esse julgamento: ou eles são declarados inocentes ou culpados, e nesse último caso provavelmente a pena tende a ser alta, já que eles foram considerados culpados sem nenhuma dúvida, com provas contundentes, e o objetivo de desconstruir e negar totalmente essas provas não foi alcançado. Por outro lado, se eles tivessem confessado o crime, haveria apenas um resultado possível, a condenação, mas a defesa trabalharia com o foco de tentar diminuir o máximo possível essa pena, e para isso existem um milhão de estratégias mais subjetivas e que, na minha opinião, poderiam provocar dúvidas nos jurados. Poderiam tentar provar de alguma forma que a Ana Jatobá tem transtornos de personalidade, sofre de bipolaridade, depressão, acho até que ouvi dizer que ela tomava algum tipo de remédio para isso. Ou que é descontrolada e tem ciúmes doentio. Poderiam alegar que ele é extremamente apaixonado por ela, cego, e que isso faz com que ele anule a própria personalidade dele, enfim, não sei. Obviamente, não estou querendo nem de longe justificar o crime, nem com todos esses motivos juntos e mais um milhão de outros, mas é fato que, ao menos para mim, os advogados poderiam ser mais eficazes no intuito de tentar reduzir a pena do que parece estar a atuação deles em tentar negar o óbvio.
    Espero que a justiça seja feita, porque esse é o dever do Estado; nos proteger e punir quem transgride as normas da nossa sociedade. Mas o homem não é capaz de julgar e a verdadeira justiça ainda está por vir..e eu definitivamente não queria estar, e nem estarei, na pele deles! Que Deus abençoe infinitamente e dê toda a força e toda a paz possível para a mãe da Isabela e para toda a sua família.

terça-feira, 23 de março de 2010

Primeiro post!

Sempre tento fugir do rosa, do roxo, do lilás..mas não deu: escolhi o layout rosa de novo..rs. Mas tudo bem..mais pra frente eu mudo.



Como escrevi na descrição acima, quero, sim, ter seguidores e leitores. Todo mundo gosta de ser notado e, porque não, admirado, querido. Um pouquinho de popularidade não faz mal à ninguém. Mas, na verdade, crio esse blog para mim mesma. A necessidade de escrever e dizer o que penso é minha, só minha. Já tive uns três, eu acho, no tempo que orkut ainda era novidade, mas faz tempo que eu tento arrumar tempo para ter outro. A gente está sempre querendo fazer isso ou aquilo e esquece, às vezes, de fazer o que nos dá paz. Escrever me dá paz, alívio. E espero que isso seja sentido nas minhas palavras. :)

Não pretendo escrever sobre um assunto ou um tema específico. Quero falar de tudo que me dê vontade, comentar o que acontece por aí, filosofar; quero tentar ser o mais "eu" que eu puder, sem regras, sem formalidades e sem estar presa à nada que não seja o meu próprio e eterno comprometimento comigo mesma.


Bom, vamos lá! :)