quinta-feira, 25 de março de 2010

Mais uma vez..Nardoni..

      Desde segunda feira, parece que voltamos no tempo, mais precisamente a Abril de 2008. Em todos os ótimos programas vespertinos que nos são oferecidos na tv aberta, assim como em todo o mês citado acima, só há um assunto: o caso Isabela Nardoni. E voltam todos os advogados à tv, os juízes, os psicólogos, os psicanalistas forenses, os peritos, os fatos e explicações exaustivamente discutidos dois anos atrás. Num programa recriaram o quarto do qual ela foi jogada, com a janela e a rede cortada; no outro, leram cartas de vários familiares e amigos íntimos da família, com fotos e músicas ao fundo. Gente..já deu, né? Já aguentamos mais de um mês só com esse assunto em todos os canais, agora vem tudo de novo. Lógico que se deve informar tudo o que acontece lá no julgamento, afinal, a Justiça é pública, a população tem o direito de saber o que acontece e, mais do que isso, tem sede de justiça mesmo e deseja ver o melhor desfecho possível, mas acho que isso tudo vai além da notícia e da discussão saudável sobre o caso. Pergunto-me até que ponto eu aguentaria ou permitiria tanta exploração e apelação emocional da mídia se acontecesse com alguém da minha família.

    Falando sobre o caso, acho essa estratégia que eles adotaram desde o início, de negar e afirmar veementemente que há uma "terceira pessoa" envolvida, sendo eles culpados e a condenação quase certa, totalmente suicida. Inicialmente, é normal que eles nao tenham confessado, mas depois de tanta comoção popular, de tanta interferência da mídia, que deu ao fato a enorme proporção que vemos hoje, e de tantas provas encontradas é difícil acreditar que eles continuam afirmando que não tiveram nada a ver com a morte da Isabela. Eu não entendo praticamente nada disso, mas se eles não são réus confessos, então só há dois resultados possíveis para esse julgamento: ou eles são declarados inocentes ou culpados, e nesse último caso provavelmente a pena tende a ser alta, já que eles foram considerados culpados sem nenhuma dúvida, com provas contundentes, e o objetivo de desconstruir e negar totalmente essas provas não foi alcançado. Por outro lado, se eles tivessem confessado o crime, haveria apenas um resultado possível, a condenação, mas a defesa trabalharia com o foco de tentar diminuir o máximo possível essa pena, e para isso existem um milhão de estratégias mais subjetivas e que, na minha opinião, poderiam provocar dúvidas nos jurados. Poderiam tentar provar de alguma forma que a Ana Jatobá tem transtornos de personalidade, sofre de bipolaridade, depressão, acho até que ouvi dizer que ela tomava algum tipo de remédio para isso. Ou que é descontrolada e tem ciúmes doentio. Poderiam alegar que ele é extremamente apaixonado por ela, cego, e que isso faz com que ele anule a própria personalidade dele, enfim, não sei. Obviamente, não estou querendo nem de longe justificar o crime, nem com todos esses motivos juntos e mais um milhão de outros, mas é fato que, ao menos para mim, os advogados poderiam ser mais eficazes no intuito de tentar reduzir a pena do que parece estar a atuação deles em tentar negar o óbvio.
    Espero que a justiça seja feita, porque esse é o dever do Estado; nos proteger e punir quem transgride as normas da nossa sociedade. Mas o homem não é capaz de julgar e a verdadeira justiça ainda está por vir..e eu definitivamente não queria estar, e nem estarei, na pele deles! Que Deus abençoe infinitamente e dê toda a força e toda a paz possível para a mãe da Isabela e para toda a sua família.

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